sábado, 23 de maio de 2009

Ao Amor Antigo



Ao Amor Antigo


O amor antigo vive de si mesmo,

não de cultivo alheio ou de presença.

Nada exige nem pede.

Nada espera,mas do destino vão nega a sentença.

O amor antigo tem raízes fundas,

feitas de sofrimento e de beleza.

Por aquelas mergulha no infinito,

e por estas suplanta a natureza.

Se em toda parte o tempo desmoron

a

aquilo que foi grande e deslumbrante,

a antigo amor,

porém, nunca fenece

e a cada dia surge mais amante.

Mais ardente,

mas pobre de esperança.

Mais triste? Não.

Ele venceu a dor,

e resplandece no seu canto obscuro,

tanto mais velho quanto mais amor.









Autor: Carlos Drummond de Andrade

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