domingo, 28 de junho de 2009

A lenda da três árvores

A lenda da três árvores


Havia, no alto de uma montanha, três árvores que tiveram um sonho: a primeira, olhando as estrelas, disse que queria ser o baú mais precioso e viver cheio de tesouros. A segunda, olhando um riacho, suspirou: quero ser um grande navio, para transportar reis e rainhas. A terceira olhou o vale e disse; quero crescer e ficar aqui, no alto da montanha. Assim, quando as pessoas olharem terão que levantar os olhos e pensar em deus. Os anos se passaram. Certo dia três lenhadores chegaram e cortaram as árvores. Aqueles lenhadores não sabiam nada de sonhos! A primeira, acabou se transformando num colcho de animais, coberto de feno. A segunda virou um simples barco de pesca. A terceira foi cortada em grossas vigas e deixadas de lado. Desiludidas as três se perguntavam por que teve que ser assim. Mas, numa bela noite de lua cheia uma jovem deu à luz um bebê e o colocou lá naquele colcho. E a primeira árvore percebeu que tinha ali o tesouro mais precioso do mundo. A segunda estava transportando um homem que acabou por dormir no barco. E quando uma tempestade quase o afundou ele se levantou e disse: paz! Imediatamente as águas se acalmaram e a segunda árvore entendeu que estava transportando o rei dos céus e da terra. Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Sentiu-se horrível e cruel. Mas, no domingo seguinte o mundo vibrava porque ali havia sido pregado o homem que veio para salvar a humanidade e as pessoas sempre se lembrariam de deus ao olharem para ela. Então as árvores descobriram que a realização foi mil vezes maior que o sonho. Portanto, lembre-se: não importa o tamanho dos seus sonhos. É imprescindível sonhar. E ter fé.

a gente se acostuma, mas não devia













"Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia! A gente se acostuma a morar em apartamento dos fundos e a não ter outra vista, logo se acostuma a não olhar mais para fora, logo se acostuma a não abrir toda a cortina. E porque não abre a cortina, logo se acostuma, a acender a luz mais cedo. E logo esquece o sol, esquece o ar, a amplidão. A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus para não perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque já é noite. A deitar e dormir pesado, sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a não ouvir os pássaros, a não colher as frutas no pé a não ter sequer uma planta ou um animal! A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. A gente se acostuma para não ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca. A gente se acostuma a poupar a vida, que aos poucos se gasta e que, de tanto acostumar, se perde em si mesma".

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