quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

amor maduro

Maria de Lourdes Boniceli 



Amor Maduro 



Como é diferente, um amor adolescente,
Ele esquece facilmente
Com a aparição de um rosto bonito...
Um sorriso ou um olhar irreverente.

Mas quando se ama já maduro
Ele se torna intenso e seguro,
Com uma paixão que nos arrebata,
Que nos leva a sonhos impuros.

Ele entra em nossos corpos,
Penetra em todos nossos órgãos,
Nos envolve intensamente quase indolente,
Como um grande gemido envolvente.

Ele ainda faz com que nossa imaginação
Vague por todos delírios e desejos,
Faz toda nossa sensualidade se emanar,
E se aflora arrebatado na hora de se entregar.

A imaginação nos leva aos braços do amado,
Nos faz sentir suas caricia, seus beijos, seu cheiro,
Sentir seus braços nos envolvendo
Rolando, suando, nos amando, delirando.

E quando a imaginação se torna real
O amor se aflora, sai do sonho e vem para fora,
Nos entregamos sem barreiras sem pudores,
Só o nosso desejo é importante nessa hora.

Nos rolamos nos lençóis já desalinhados,
Nos amamos até nos saciarmos.
Deixando nossas marcas na cama já acostumada
Com a nossa presença sem hora marcada.

Depois se fica esperando o novo encontro
Do próximo ato apaixonante e de novo,
Com a sensação das mãos em nossos corpo, sua voz
Sussurrando quase rouco pedindo um tudo de novo.

E é assim o amor maduro, sem passado sem futuro,
Apenas querendo momentos envolventes
Para sempre lembrar que ainda sabemos de tudo...
De amor, de amar e que nada a vida pode nos negar. 

amor maduro


Amor maduro



O amor maduro não é menor em intensidade. Ele é apenas silencioso. Não é menor em extensão. É mais definido, colorido e poetizado. Não carece de demonstrações: presenteia com a verdade do sentimento. Não precisa de presenças exigidas: amplia-se com as ausências significantes. 
O amor maduro tem e quer problemas, sim, como tudo. Mas vive dos problemas da felicidade. Problemas da felicidade são formas trabalhosas de construir o bem e o prazer. Problemas da infelicidade não interessam ao amor maduro. 
Na felicidade está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca e do cheiro, está a compreensão antecipada, a adivinhação, o presente de valor interior, a emoção vivida em conjunto, os discursos silenciosos da percepção, o prazer de conviver, o equilibrio de carne e de espírito. 
O amor maduro é a valorização do melhor do outro e a relação com a parte salva de cada pessoa. Ele vive do que não morreu mesmo tendo ficado para depois. Vive do que fermentou criando dimensões novas para sentimentos antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.
Ele não pede... tem. Não reivindica... consegue. Não percebe... recebe. Não exige... dá. Não pergunta... adivinha. Existe para fazer feliz. 
O amor maduro cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão. Basta-se com o todo do pouco. Não precisa e nem quer nada do muito. Está relacionado com a vida e sua incompletude, por isso é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso. 
É feito de compreensão, música e mistério. É a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança. É o sol de outono: nítido mas doce..., luminoso, sem ofuscar..., suave mas definido..., discreto mas certo.

Um Sol que aquece até queimar. 

(Artur da Távola)

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